Por: Guilherme Baroli
O ser humano conduziu uma situação que preocupa e é cada vez mais alarmante. O consumo desenfreado, a industrialização, e o desenvolvimento a todo custo são fatores que colocam a vida de todos em risco. Aumenta a cada dia a pressão sobre a biodiversidade global. Trata-se do futuro da humanidade. Sem ser piegas, o termo é justamente esse. Afinal, sem matéria-prima não há produção. Sem produção, um planeta com quase sete bilhões de habitantes não sobrevive. Ainda mais se levarmos em conta elementos vitais como a qualidade do ar e da água.
De acordo com o site do Ministério do Meio Ambiente (MMA), 97% da água existente no planeta Terra é salgada – nos mares e oceanos – 2% formam geleiras inacessíveis e apenas 1% é água doce, armazenada em lençóis subterrâneos, rios e lagos. Sabe-se que a água potável não é inesgotável. Os dados acima alertam para uma possível situação caótica. O precioso líquido transparente, essencial ao ser humano, não existe de sobra. Boa parte está aqui, no Brasil – mais que 13% do total das reservas de água doce do planeta.
Trata-se de um patrimônio natural brasileiro. Se existe geral interesse pelo petróleo que move os carros, imagine quanta atenção estará voltada para as reservas do combustível do corpo.
E não serve apenas ao corpo. A indústria precisa e muito dela. De acordo com o Water Footprint Network, a pegada hídrica da cerveja é de 75 litros de água para cada 250 ml da bebida. São necessários 120 litros d’água para obtenção de 125 ml de vinho. Já para se produzir café, o gasto é ainda maior. São 140 litros de água para cada 125 ml. E o suco de maça compromete 190 litros d’água para cada 200 ml do produto.
O pouquinho que um desperdiça é multiplicado se muitos fizerem o mesmo. Ao tomar um copo d’água, é comum lavá-lo com uma quantidade de água que encheria dois copos. Detalhes, mas é a realidade.
Ciclo natural
Para reforçar a idéia, a teoria do físico austríaco Fritjof Capra é pertinente: “a água, o oxigênio no ar e todos os nutrientes são reciclados continuamente. As comunidades de organismos evoluíram por bilhões de anos, usando e reciclando, continuamente, as mesmas moléculas de minerais, água e ar”. Seria interessante copiá-las.
Após uma sensibilização da consciência de todos, pode-se pensar na palavra tão comentada no momento: consumo sustentável, que nada mais é do que utilizar os recursos naturais para satisfazer as nossas necessidades, sem comprometer as necessidades das gerações futuras. O uso consciente e responsável irá garantir que nunca nos falte esses recursos. Basta cada um fazer uma pequena reflexão sobre suas atitudes, como a do copo d’água, por exemplo.
Desperdício
Apesar da desigualdade social, da concentração de riquezas em mãos de poucas pessoas, compra-se muito hoje. A produção não para. E, é claro, se desperdiça muito: alimentos, papéis, água, dinheiro. Novamente, para ter a dimensão, é só cada um parar para fazer a análise das próprias ações no dia-a-dia.
Tal documento só foi lançado em fevereiro de 2000, pelo Ministério do Meio Ambiente. Considerado um avanço importante no que diz respeito aos esforços para chegar a consensos, estratégias e ações fundamentais para as questões ambientais no Brasil. É sair do discurso e ir ao trabalho. Afinal, percebe-se que o termo agir de forma sustentável não é algo simples. Significa, antes de tudo, união entre o setor privado, público, não-governamental e a sociedade.
Se encaixa mais uma vez o pensamento de Capra, quando diz que o sucesso da comunidade inteira depende do sucesso de seus membros individuais, enquanto o sucesso de cada membro depende do sucesso da comunidade como um todo.
E se o consumo desenfreado é o maior problema ambiental que possuímos, além de salvar a Amazônia, o Pantanal, as araras-azuis, dentre muitas outras coisas, seria interessante, também, salvar a consciência das pessoas, antes que todos estejam sensibilizados num mundo cinza, 100% urbano e talvez inabitável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário